Os casos de violência contra mulher aumentaram 150%, durante a pandemia, no estado.

Os casos de violência contra mulher aumentaram 150%, durante a pandemia, no estado.

SINDSAÚDE BAHIA PARTICIPA DE LIVE SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DURANTE A PANDEMIA, PROMOVIDA PELO CES

Os casos de violência contra mulher aumentaram 150%, durante a pandemia, no estado. Com esse triste dado de crescimento, o Conselho Estadual de Saúde, realizou nesta quarta-feira, 31 de março, a Live “Violência contra Mulher em Tempo de Pandemia.” As convidas foram a delegada Titular da Delegacia da Mulher, em Brotas, Bianca Torres, a Coordenadora do Comitê Técnico Estadual da Saúde da População Negra, Ubiraci Matildes e Juliana Campos, presidente da União Brasileira das Mulheres sessão Bahia (UBM Bahia), Ivanilda Brito, presidente do SindsaúdeBA, foi a mediadora.

A delegada Bianca Tores, foi a primeira a falar e disse que a delegacia, durante a pandemia, não parou de funcionar. Os casos de violência contra a mulher chegaram a reduzir logo no começo da pandemia, mas que a situação mudou depois dos três meses, em que os casos aumentaram muito, com a da quarentena. Com o convívio, os companheiros passaram a ser os maiores agressores.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, os casos de violência contra mulher aumentaram 150%, durante a pandemia, no estado.  De acordo com um levantamento feito pela Rede de Observatório de Segurança que atua, além da Bahia, nos estados do Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, no ano passado foram registrados 306 crimes contra mulheres. 180 mulheres foram mortas, sendo 70 casos de feminicídio. O terceiro maior número atras de São Paulo e Pernambuco.

Com o aumento de número de agressões e o isolamento social, em que as mulheres perderam meios de recorrer como a casa de amigos, vizinhos e familiares, segundo a delegada foi criada a delegacia digital. O que fez com que os registros de ocorrência aumentassem muito porque não havia necessidade de sair de casa.

“Durante a pandemia o acesso ao disque denúncia aumentou muito. E deixou de existir o ditado que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Amigos, vizinhos e parentes passaram a denunciar as agressões. E para mudar isto, as mulheres têm que ser protagonistas de sua história. Dar um basta na relação abusiva, tendo coragem de denunciar. E nós, que temos servidores capacitados, prontos pra atender, assistente social e psicólogos, vamos verificar de pronto a situação a ajudar esta mulher”, explicou a delegada.

Logo depois foi a vez da Ubiraci Matildes toma a palavra para a coordenadora do Comitê Técnico Estadual da Saúde da População Negra, a violência acompanha a mulher desde o processo da colonização, onde as mulheres negras e não negras sofriam violência. Agressões que continuam com o passar dos anos e a pandemia veio desnudar uma mazela, que existe há anos devido há um machismo estrutural.

Apresentou dados de que as mulheres entre 19 e 24 anos são o principal alvo de violência doméstica, durante a pandemia. E que 33% delas são mulheres negras. E acrescentou que a violência no Brasil tem uma agravante, o racismo Estrutural. “A Bahia e Salvador são permeados por este racismo, que contamina as instituições, que potencializam o racismo, transformando em racismo institucional. E ele está presente em toda a sociedade.

A presidente da UBM foi a terceira a participar do encontro. Para Juliana, quando se olha para os dados da violência e feminicídio, as mulheres negras, também são as principais atingidas. “As mulheres negras, jovens, que estão na base da pirâmide econômica são as principais atingidas, neste processo de violência, “acrescentou.

Tanto para Juliano quanto para Ubiraci o investimento em saúde e educação e a elaboração de políticas públicas são meios de reverter este quadro de violência, em que as mulheres se tornem mais fortes e capazes de fugir das situações de agressão.

“Outro dado que precisamos alinhar com órgãos competentes são as servidoras públicas da saúde, onde na maioria das vezes são a parte forte da economia da família, além de cuidar da casa e das finanças, tem papel de educadora, com os netos, esse triplo trabalho, vem a violência quando muito das vezes tem o papel de dona de casa, essa tempestade contra nós mulheres tem que ter leis mais duras e precisamos fazer uma campanha que todas possam denunciar e se sentirem mais seguras”, pontuou a presidente Ivanilda.

As participantes também responderam a perguntas de quem acompanha a live, que teve a duração de uma hora e meia de conversa.

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